O que estamos vivendo hoje no nosso país é uma realidade de desesperança.
Das secas no Rio Amazonas às enchentes no Rio Grande do Sul, passando pelas queimadas no Pantanal, o recado é um só: o planeta já mudou e é urgente que nós criemos laços e estratégias em torno de mudanças sociais e políticas que possam garantir o futuro.
Duas mulheres negras assumiram posições essenciais para o debate que estamos propondo. Marina Silva, com o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, e Margareth Menezes, com o Ministério da Cultura. A urgência do entrelace entre as pautas climáticas e a conscientização massiva que alcançam as práticas culturais é o que a Virada Amazônia de Pé 2024 propõe tensionar. Precisamos ser uma multidão.
Sob a utopia de que ainda é possível mobilizar as pessoas em torno de um ideal, o movimento Amazônia de Pé faz um chamado para quem entende a importância de participar dessa retomada através de ondas de conscientização. A hora de construir a adaptação climática que precisamos é agora! Diríamos até que já passou.
Para além de sair ou não com um guarda chuva na bolsa, os impactos dessas mudanças chegaram também na qualidade do que comemos, no valor que pagamos pela energia e em impactos diretos na nossa saúde, além de colocar em risco nossos territórios e culturas tradicionais. Quando acontece algum evento climático extremo, as pessoas que mais sofrem têm nome e endereço, estando espalhadas por periferias de todo o mundo sofrendo diariamente com os impactos das mudanças climáticas.
Num mundo tão polarizado, a cultura ainda é um dos poucos traços da nossa identidade que nos mantém conectados. Temos orgulho do que somos, somos variados e potentes, e é por isso que através de ações culturais acreditamos ser possível reunir pessoas e construir caminhos de verdadeiras transformações, construindo dados e narrativas que representem as nossas urgências. Virar mentes em torno de envolver a nossa geração na proteção de florestas públicas é o nosso objetivo, seguido de ter cada vez mais de nós exigindo proteção para suas cidades, biomas e culturas.
Ousemos inventar futuros possíveis. Uma boa virada pra gente!
Com confiança na arte e na cultura,
Marcele e Zek.